sexta-feira, 22 de agosto de 2014

CAVERNAS #adriano paiola

caverna - blog do paiola
Antilope Canyon - Arizona - Estados Unidos
Desde o início dos tempos as cavernas forma objeto de grande fascínio por parte dos seres humanos. Se por um lado elas representam abrigo e proteção, por outro são sinônimos de mistério, escuridão e silencio. É também uma fonte riquíssima de elementos que nos permitem conhecer e entender melhor o homem e seu processo de evolução, tais como pinturas rupestres, ossos fossilizados, vestígios de fogueiras, alimentos e objetos usados por nossos ancestrais.

Caverna em Algarve - Portugal
A espeologia é a ciência que tem por objetivo a procura, exploração, observação e interpretação das cavernas, levando em conta desde seu processo de formação e seu ambiente até sua relação com o mundo externo.

As cavernas proporcionam a seus visitantes, além de cenários de extrema beleza, um contato profundo e intenso com a natureza que talvez não seja encontrado em nenhuma outra atividade esportiva ou científica.

Caverna Tham Lod - Tailandia
Ao explorá-las, você entra no mundo subterrâneo e encontra pela frente um novo ambiente, dominado pelo silencio e pela escuridão; um lugar onde o desconhecido impera e instiga o homem a ir cada vez, mas longe, sem saber ao certo o que encontrará pela frente, envolto por aromas, cores e medos até então nunca experimentados, tendo por recompensa, cenários frágeis e fascinantes que deixam explicita a grandiosidade da natureza. Você entra por uma pequena fenda na rocha, que logo se transforma em um largo corredor frio e úmido repleto de estalactites pluriformes.

O corredor vai se estreitando ao mesmo tempo em que o teto vai se abaixando até virar uma pequena janela que, uma vez transporta, dá lugar a um imenso salão abençoado por um lago silencioso e profundamente azul, iluminado pelos raios de sol que teimam em invadir as fendas do teto da caverna, revelando um habitat repleto de vida e de inúmeros outros corredores que te dão a sensação de se estar num imenso labirinto subterrâneo.

HISTORIA DA ESPEOLOGIA
Caverna Son Doong - Vietnã
Minas Gerais, mais precisamente Lagoa Santa, foi palco do inicio dos estudos da espeologia no Brasil. Foi lá que o dinamarquês Peter Wilhelm Lund, em meados do século XIX, descobriu fosseis pertencentes ao “Homem da Lagoa Santa”, raça que, há milhares de anos, habitou as cavernas de minas gerais. Depois do dinamarquês, foi a vez de Richard Krone, um jovem alemão formado em farmácia, dar sua contribuição à ciência no país. Aos 19 anos, Krone incorporou-se à marinha alemã e, viajando pelo mundo, chegou ao Brasil em 1844. Estabeleceu-se em Iguape (litoral sul de São Paulo), onde constituiu família e dedicou-se aos estudos das cavernas da região, fornecendo o primeiro cadastro espeoleológico do país, com 41 cavernas descritas no
Alto Vale do Ribeira. Krone dedicou-se ainda aos estudos paleontológicos, arqueológicos e etnográficos no sul de São Paulo. Mais tarde, por volta da década de 50, vários profissionais chegaram ao Brasil e começaram a difundir a espeologia. Em 1959, o engenheiro Michel Le Bret incorporou-se ao Clube Alpino Paulista (CAP), criando seu departamento de espeologia.

A partir daí, a espeologia brasileira começou a se desenvolver com a ajuda de europeus como Pierre Martin, Guy Collet e Peter Slavec, bem como dos brasileiros Jose Epitácio Guimarães, Pedro Comércio e Luis Carlos de Alcântara Marinho entre outros, alcançando um alto nível técnico e desenvolvendo inúmeras pesquisas.

Em 1964 foi realizado o primeiro congresso brasileiro de espeologia e em 1969, foi criada a sociedade brasileira de espeologia (SBE), estimulando a criação de diversos outros grupos. Hoje, há mais de 100 grupos espeologicos espalhados pelo Brasil e mais de 2700 cavernas cadastradas, o que se estima representar aproximadamente 5% do potencial espeológico brasileiro.

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