sexta-feira, 22 de agosto de 2014

CAVERNAS #adriano paiola

caverna - blog do paiola
Antilope Canyon - Arizona - Estados Unidos
Desde o início dos tempos as cavernas forma objeto de grande fascínio por parte dos seres humanos. Se por um lado elas representam abrigo e proteção, por outro são sinônimos de mistério, escuridão e silencio. É também uma fonte riquíssima de elementos que nos permitem conhecer e entender melhor o homem e seu processo de evolução, tais como pinturas rupestres, ossos fossilizados, vestígios de fogueiras, alimentos e objetos usados por nossos ancestrais.

Caverna em Algarve - Portugal
A espeologia é a ciência que tem por objetivo a procura, exploração, observação e interpretação das cavernas, levando em conta desde seu processo de formação e seu ambiente até sua relação com o mundo externo.

As cavernas proporcionam a seus visitantes, além de cenários de extrema beleza, um contato profundo e intenso com a natureza que talvez não seja encontrado em nenhuma outra atividade esportiva ou científica.

Caverna Tham Lod - Tailandia
Ao explorá-las, você entra no mundo subterrâneo e encontra pela frente um novo ambiente, dominado pelo silencio e pela escuridão; um lugar onde o desconhecido impera e instiga o homem a ir cada vez, mas longe, sem saber ao certo o que encontrará pela frente, envolto por aromas, cores e medos até então nunca experimentados, tendo por recompensa, cenários frágeis e fascinantes que deixam explicita a grandiosidade da natureza. Você entra por uma pequena fenda na rocha, que logo se transforma em um largo corredor frio e úmido repleto de estalactites pluriformes.

O corredor vai se estreitando ao mesmo tempo em que o teto vai se abaixando até virar uma pequena janela que, uma vez transporta, dá lugar a um imenso salão abençoado por um lago silencioso e profundamente azul, iluminado pelos raios de sol que teimam em invadir as fendas do teto da caverna, revelando um habitat repleto de vida e de inúmeros outros corredores que te dão a sensação de se estar num imenso labirinto subterrâneo.

HISTORIA DA ESPEOLOGIA
Caverna Son Doong - Vietnã
Minas Gerais, mais precisamente Lagoa Santa, foi palco do inicio dos estudos da espeologia no Brasil. Foi lá que o dinamarquês Peter Wilhelm Lund, em meados do século XIX, descobriu fosseis pertencentes ao “Homem da Lagoa Santa”, raça que, há milhares de anos, habitou as cavernas de minas gerais. Depois do dinamarquês, foi a vez de Richard Krone, um jovem alemão formado em farmácia, dar sua contribuição à ciência no país. Aos 19 anos, Krone incorporou-se à marinha alemã e, viajando pelo mundo, chegou ao Brasil em 1844. Estabeleceu-se em Iguape (litoral sul de São Paulo), onde constituiu família e dedicou-se aos estudos das cavernas da região, fornecendo o primeiro cadastro espeoleológico do país, com 41 cavernas descritas no
Alto Vale do Ribeira. Krone dedicou-se ainda aos estudos paleontológicos, arqueológicos e etnográficos no sul de São Paulo. Mais tarde, por volta da década de 50, vários profissionais chegaram ao Brasil e começaram a difundir a espeologia. Em 1959, o engenheiro Michel Le Bret incorporou-se ao Clube Alpino Paulista (CAP), criando seu departamento de espeologia.

A partir daí, a espeologia brasileira começou a se desenvolver com a ajuda de europeus como Pierre Martin, Guy Collet e Peter Slavec, bem como dos brasileiros Jose Epitácio Guimarães, Pedro Comércio e Luis Carlos de Alcântara Marinho entre outros, alcançando um alto nível técnico e desenvolvendo inúmeras pesquisas.

Em 1964 foi realizado o primeiro congresso brasileiro de espeologia e em 1969, foi criada a sociedade brasileira de espeologia (SBE), estimulando a criação de diversos outros grupos. Hoje, há mais de 100 grupos espeologicos espalhados pelo Brasil e mais de 2700 cavernas cadastradas, o que se estima representar aproximadamente 5% do potencial espeológico brasileiro.

EQUIPAMENTOS

Capacetes: Os capacetes são de extrema importância para as pessoas que praticam esportes de risco. Na espeologia, são itens obrigatórios para quem preza pela segurança e praticidade, já que protegem a cabeça de pedras – que costumam cair de cima – e em eventurais tombos. Eles também oferecem suporte para o equipamento de iluminação deixando as mãos livres. Devem ser leves, de alto impacto e dispor de uma fita que passe pelo queixo fixando o capacete à cabeça do cavernista.


Mochilas: As mochilas usadas em cavernas são geralmente muito simples, roliças ou ligeiramente achatadas, de no Maximo 60 cm de altura e 30 cm de diâmetro, facilitando a passagem por eventuais estreitamentos das cavernas. São feitas geralemtne de materiais plásticos. Há cavernistas que fazem questão das feitas em Trevira (um tipo de plástico grosso e impermeável), que são à prova d’água. Não precisamos de muita carga dentro das cavernas: dois ou três quilos de carbureto, lanche, água pra você e pra carbureteira, e, dependendo da caverna, mosquetões, blocantes, cadeirinha, corda e outros apetrechos mais.
Roupas: As roupas usadas pelo cavernista são basicamente as mesmas usadas no montanhismo: botas de caminhadas, camisetas e calcas de supplex e, dependendo da caverna, roupas de neoprene por debaixo do macacão. Por questões econômicas, há quem use aquele velho macacão feito de brim. Para os mais afortunados, algumas marcas fabricam macacões em tela de poliamida ou poliéster e com camada de poliuretano ou pvc.



Iluminação: Alguns turistas usam lanternas elétricas colocadas sobre o capacete, embora produzam um facho de luz direcional de mais de que não ilumina de maneira ampla o interior da caverna. Cavernistas costuma usar a carbureteira, que usa o carbureto como combustível. Apesar de não ser facilmente encontrado, o carbureto é bem mais barato do que as pilhas usadas em lanternas elétricas e produz uma luz branca e forte, possibilitando uma iluminação muito mais ampla. A carbureteira fica geralmente pendurada no cinturão e tem uma mangueira comprida que se encaixa no capacete ataves do cachimbo. Um bico de cerâmica – rosqueado no cachimbo – tem um finíssimo orifício por onde escapa um fluxo de acetileno sob pressão, produzindo a característica luz branca.

ESPECIALIDADES


Turismo: O espeleo-turismo não pode ser como uma especialidade da espoeologia. Trata-se da simples visitação da caverna, e acontece em vairas regiões do Brasil. O turismo em cavernas não requer qualquer tipo de especialização técnica, podendo ser feito com ou sem a ajuda de guias especializados. Geralmente é praticado em cavernas curtas e sem maiores perigos, tendo como objetivo a simples satisfaça da curiosidade humana.

Exploração: A exploração de cavernas acontece quando um grupo de caverneiros se dispõe a descobrir novas cavernas, bem como encontrar conexões em cavernas já conhecidas . Esta especialidade requer uma condição técnica mínima dos praticantes, uma fez que o caminho é desconhecido e eles podem encontrar pela frente trechos que exigem técnicas verticais (usadas em abismos), passagens estreitas e quebra-corpos (trechos estreitos e curvos que exigem “dobragem”do corpo do cavernista), bem como cuidados para evitar desmoronamentos e escoriações.

Mapeamento: O mapeamento topográfico de uma caverna é a prova mais concreta do triunfo de um cavernista e tem muitas utilidades; nos permite saber o tipo de equipamento que determinada caverna exige; pode servir como ponto de partida para se descobrir conexões entre galerias e cavernas; ajuda muito em resgates possibilidtando o planejamento e a eliminação de áreas de buca alem de indicar as possíveis dificuldades numa remoção; serve como documento prático para eventuais observações cientificas e como documento histórico. Uma topografia, dependendo do nível de detalhamento que possui, pode ser classificada em graus que vão de um a seis.

ESTUDO DAS CAVERNAS
Existem cientists que dedicam a vida ao conhecimento cientifico das cavernas e passam a dquirir técnicas cada vez mais apuradas para tornar isso possível. Eles tem por objetivo desde o estudo microorganismos das cavernas e seu ecossistema até o processo de formação e desenvolvimento de suas paredes e estalactites.

MERGULHO EM CAVERNAS #adriano paiola

O mergulho em cavernas é certamente a especialidade mais perigosa no mundo da espeologia. Até poucos anos atrás, o mergulho em cavernas nada mais era do que o meio para alcançar um fim, do mesmo jeito que a desobstrução de um túnel ou a remoção de pedras num desmoranamento.

Porem, de uns anos pra cá essa filosofia mudou bastante. Hoje em dia a ênfase é dada no mergulho em si, seja ele turístico ou para quebra de recordes de profundidade, distancia ou duração. Muitos dos mergulhadores que procuram cavernas apenas para exercitar suas qualidades de mergulhado e pela beleza que um mergulho em cavernas pode proporcionar, não tiveram qualquer instrução sobre espeleologia. Eles tem razoes diferentes das dos cavernistas para a pratica do mergulho. O mergulho em cavernas expõe o cavernista aos mais elevados graus de risco dentre as atividades subaquáticas, o que exige um alto nível de competência, tanto nas técnicas de caverna quanto nas de mergulhos autônomos.

13 dicas importantes


1-     Nunca entre em cavernas desacompanhado
2-     Planeje sempre com detalhes o roteiro que pretende fazer
3-     Calcule o tempo que pretende ficar no interior da caverna
4-     Conheça as técnicas básicas de alpinismo, navegação e primeiros socorros.
5-     Não se arrisque e não exponha outras pessoas e sem preparo físico à situação de risco.
6-     Acondicione os alimentos, maquinas fotográfica, pilhas e carbureto em recepientes à prova d’água.
7-     Leve alimentação suficiente para o dobro do período que pretende ficar na caverna.
8-     Leve pelo menos um estojo de primeiros socorros
9-     Leve sempre uma lanterna reserva
10-  Tenha o dobro de cargas de reserva de carbureto e pilhas do que pretende utilizar.
11-  Informe seu roteiro ao guia de plantão. Só assim você será resgatado caso se perca.
12-  Avise alguém próximo do local sobre seu roteiro se visitar cavernas fora dos centros de visitação
13-  Procure saber detalhes sobre o local a ser visitado antes de iniciar o percurso.

4 DICAS DE PRESERVAÇÃO

1-     Fique atendo para não pisar, quebrar ou esfumaçar com a cabureteira os espeleotemas
2-     Não retire ou quebre nada nas cavernas.
3-     Respeite a fauna cavernícola
4-     Mantenha a caverna limpa, traga de volta todo o seu lixo (orgânico ou inorgânico)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

TERMINOLOGIA


Caverna: é nome dado a toda cavidade natural, independente de sua morfologia, que permita no mínimo a entrada de um ser humano adulto.

Gruta: é toda caverna de desenvolvimento preferencialmente horizontal e superior a 20 metros.

Abismo: é toda caverna de desenvolvimento preferencialmente vertical, superior a 10 metros
Abismo: é toda caverna de desenvolvimento preferencialmente vertical, superior a 10 metros

Espeleotemas: são depósitos formados a partir de uma solução química ou por solidificação de um fluido após a formação da gruta. A palavra deriva do grego espelaion (caverna) e thema (deposito).

Estalactites: espeleotemas formado do teto para baixo, pela superposição de anéis de calcita.


Estalagmites: espeleotemas que “crescem”do piso da caverna para cima, bem em baixo de estalactite, a partir do gotejamento de água saturada em calcita que se precipita dqa estactite. Quando a estalactite se junta com a estalagmite, forma-se um outro espeleotema chamado coluna.

Cascatas: despósitos de clacita causados pelo escorrimento da água pela parede rochosa, de cor extremamente alva e superfícies geralmente lisas.

Quebra-Corpo: trechos estreitos e curvos que exigem o dobramento do corpo cavernista.

CAVERNAS PELO BRASIL

Região Sudeste
A maior concentração de cavernas da região sudeste esta reunida nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Em Minas, vale destacar: Gruta do Maquiné, palco de importantes pesquisas paleontológicas e primeira gruta iluminada do Brasil; Gruta do Centenário, a mais profunda do Brasil com cerca de 400 metros de desnível; Gruta do Janelão, encontrado no mais fantástico sitio arqueológico do Brasil, onde está a maior estalactite já encontrada do mundo com 28 metros. Em São Paulo chama atenção o Parque Estadual e Turístico do Alto do Ribeira (PETAR), com mais de 200 cavernas cadastradas. Dentre elas destacam-se: Caverna de Sant’Ana, onde encontra-se o salão Taqueupa, um dos mais belos do mundo; Casa de Pedra, onde se encontra o maior pórtico do mundo, com 230 metros.

Regiao Centro-Oeste
A Gruta do Lago-Azul, na cidade de Bonito, no estado do Mato Grosso do Sul, chama atenção por sua incomparável beleza, suas águas translucidas em contraste com as rochas em calcário branco dão um efeito super especial e diferente. Também em Bonita, outras cavernas poderão ser encontradas, onde você poderá também, descer de rapel um grande abismo na Caverna do Padre.
No estado do Mato Grosso a beleza das cavernas fica por conta da Chapada dos Guimarães, Jaciara, uma pequena cidade se destaca com cavernas de extrema beleza onde foram descobertas manifestações históricas. Outro local na Região Centro Oeste onde é possível encontrar com diversas cavernas fica no estado de Goiais mais precisamente na Chapada dos Veadeiros, esta regiao é dividida em tres cidades turisticas, sendo elas, a mistica Alto Paraíso, São Jorge e Cavalcante, sendo as duas útimas as que mais reservam as mais belas cavernas.

Região Sul
Apenas encontramos cavernas no estado do Paraná, que apresenta mais de duzentas e tem como principal a Gruta da Lancinhas, além de outras também importantes como a Gruta de Bocaitava e a Gruta do Varzeão. Na região do Parque Nacional dos Campos Gerais, a cerca de 103 quilometros da capital Curitiba, encontra-se a cidade de Ponta Grossa e Vila Velha, onde são feitas os pontos de partida para a regiao do parque onde é possivel encontrar o maior numero de cavernas dos estado. Além das cavernas a regiao tambem conta com diversas cachoeiras e diferentes formacoes rochosas que como a taça de vinho esculpida pelos ventos e fazendo com que a erosão desse um encanto especial na cidade. Dentre as cavernas as que mais se destacam está a caverna olhos d'água.

Regiao Nordeste
É nesta regaio, mais precisamente na Bahia, que está a maior caverna do hemisfério sul e a 17º maior do mundo, a Toca da Boa Vista, atualmente com 71 km topografados. A Gruta de Bom Jesus da Lapa também se destaca por suas grutas-santuario. A Gruta do Padre é a segunda maior do Brasil e nela foi realizado um experimento de permanência subterrânea. Também na Bahia está a Chapada Diamantina, uma área transformada em Parque Nacional com mais de 87000 km2. No Piauí, o Parque Nacional da Serra da Capivara se destaca como sendo um dos mais importantes sítios arqueológicos da América, onde foram encontrados vestígios de presença humana com mais de 50 mil anos. No norte do Piauí há também o Parque Estadual de Sete Cidades, mas precisamente na cidade de Pirpiri, lá é possivel encontrar também pinturas rupestres em diversas cavernas.

SERVIÇOS
ESCOLAS DE CAVING
90 Graus
www.noventagraus.com.br

Geuis – Escola de Aventura
www.geuis.com.br

Grade VI
www.grade6.com.br 


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terça-feira, 19 de agosto de 2014

MONTANHISMO #adriano paiola


O montanhistmo pode ser definido como o ato de caminhar por montanhas ou qualquer lugar onde a única forma de acesso é através de nossas pernas, ou ainda, como um esporte competitivo que alia técnica a esforço físico na busca do prazer e bem estar caminhando por montanhas.

Seja lá qual a definição, o monhanhismo é uma atividade que proporciona um contato intimo com a natureza e, principalmente, como você mesmo.


O bojetivo é alcançar o topo da montanha usando as mais variadas técnicas de escaladas aliadas a conhecimento sobre navegação, meteorologia e primeiros socorros, alem de disposição física e equilíbrio psicológico. Dependendo da localização da montanha, o montanhismo é também chamado de andinismo (Cordilheira dos Andes), ou alpinismo (Alpes Europeus). No fundo, o intuito é o mesmo: superar limites e conquistar territórios.

Em algumas expedições, como para o Monte Everest (localizado a 8.872 metros de altitude) ou o K2, são necessários meses de preparação, muitos quilos de equipamentos e mantimentos e muita, mas muita determinação e disciplina. O montanhismo engloba vários esportes de aventura, pois para se locomover em territórios montanhosos muitas vezes se torna necessária a pratica de atividades como canoyning, rapel, trekking e principalmente a escalada. Existem basicamente sete modalidades de escalada: escalada alpina, escalada esportiva, escalada indoor, livre tradicional, artificial, boldering e big wall. Nesta ultima, o escalador chega ficar dias pendurado na corda e usa um tipo de barraca suspensa, protaledge, para dormir.

Para encarar esse esporte você precisa ser determinado e ter espírito aventureiro, além de respeitar a natureza e o seu limite. Essas são qualidades que tem de estar dentro de cada praticante. As ferramentas necessárias para encarar o esporte você encontra aqui neste blog.

HISTÓRIA DO MONTANHISMO
A procura pela montanha sempre faz parte da historia do homem. Para buscar abrigo, se proteger dos animais ou, como nos dias atuais, por pura diversão e aventura. O montanhismo nasceu nas Cordilheiras dos Alpes, na Europa em 1492, quando Antoine de Ville, apesar das crenças e supertições que dizia existir dragões e seres alienígenas nas montanhas, escalou o Monte Aiguille na França. Só quase 300 anos mais tarde, em 1744, ocorre a conquista do Monte Titlis, seguida dos Montes Buet, em 1779 e Velan mais tarde.

O marco do alpinismo moderno é, na verdade, datado de 08 de agosto de 1786, quando os franceses Michel Paccard e Jaques Balmat venceram o Mont Blanc, na Europa, com seus, até então magníficos, 4.807 m.

Em 1880 foi vencido o Chimborazo, nos Andes, 14 anos depois foi a vez do Aconcágua (maior pico das Américas – 6.959 m). O Kilimanjaro, na África, foi conquistado em 1889 e em 1913 foi escalado o Monte Mc Kinley (6.194 m) no Alasca.

O ponto mais alto da Terra, o Everest (8.872 m) foi conquistado pelo neozelandês Edmund Hillary e pelo nepalês Tensing Norkay em 1953.

NO BRASIL
Os precusores do montanhismo no Brasil foram os bandeirantes, que, com a intenção de ampliar os horizontes e desbravar o terreno desconhecido, encontraram pelo caminho picos e montanhas e tiveram de conquista-los. Na escalada, um dos primeiros registros encontrados é a subida da Pedra da Gávea (842 m), no Rio de Janeiro, em 1828, seguida da escalada do Pico das Agulhas Negras (2.791 m) em 1856. Em 1871, o Pão de Açúcar (396 m) foi conquistado por ingleses e, logo em seguida, por alunos da antiga academia militar numa demonstração de grande patriotismo. Quase quarenta anos mais tarde, foi realizada a escalada que é considerada um marco na historia do montanhismo brasileiro: a conquista do Dedo de Deus (1.692 m) no ano de 1912.

TERMINOLOGIA

Agarra: saliência na pedra usada para apoio e ascensão na pedra
Guia: é o escalador que vai a frente e monta o sistema de segurança. Geralmente é o mias experiente, pois é o que corre maior risco.
Ancoragem: local onde a corda é presa para que se execute o sistema de segurança. Pode ser feita em grampo, nut, chapeleta, friend em locais fixos, como uma arvore ou uma pedra. Necessita de dois pontos de fixação potencialmente seguros alem do back up.
Back Up: ponto extra de ancoragem que só entra em ação se um dos pontos da ancoragem que só entra em ação se um dos pontos da ancoragem principal se soltar.
Via: rota de escalada definida já feita por alguém
Conquista: nova via a ser escalada de baixo para cima com segurança feita por baixo. Pode apresentar diferentes níveis de dificuldade técnica e é batizada por quem a completou primeiro. Uma conquista pode levar anos para ser concluída e outra pessoa não pode terminá-la sem a autorização do escalador que iniciou.
Bivaque: em geral é a técnica de pernoite sem barraca. Na escalada é o pernoite na parede.
Portaledge: espécie de maca suspensa na corda usada para dormir na parede.
Grampear: instalar um grampo em uma rocha.
Negativo: inclinação na rocha maior do que 90º. Geralmente encontrada em vias difíceis que exigem muita técnica do escalador.
Chaminé: fenda na rocha tão larga a ponto de um escalador entrar nela por inteiro.
Solo: escalada sem corda de segurança, onde uma queda muito provavelmente levaria a morte.
Top-Rope: a corda passa por uma ancoragem no topo, tornando a atividade muito mais segura.
Crux: o auge da dificuldade de uma via.
Encardenar: completar a via do início ao fim sem cair.
Equalização: associação dos pontos de ancoragem de modo a distribuir a carga.
Estribo: apetrecho usado para escaladas artificiais, similar a uma escada, em que o escalador apoia os pés (geralmente feito de fitas).
Head Lamp: lanterna sob a cabeça deixando as mãos livres.
Limpa a Via: recolher o material de proteção instalado na via. É executado pelo ultimo escalador.
Retaza: recolher a folga da corda para evitar uma queda maior e de alto impacto.
Tiroleza: travessia horizontal em corda fixa suspensa do solo.

MODALIDADES DE ESCALADA:

Escalada esportiva:
A escalada esportiva é praticada geralmente em vias curta de aproximadamente 40 m, com alto grau de dificuldade técnica. As vias são grampeadas de cima para baixo em rapel e raramente se usa proteção móvel. Quando usadas, as ancoragens são previamente instaladas na rocha. O escalador sobe sem material de proteção e vai costurando a corda dos mosquetões já instalados à medida que ascende na rocha. A vantagem é que o escalador pode canalizar sua atenção para os movimentos e deixar de lado a preocupação com a queda que sempre está segura.

Escalada livre tradicional:
O objetivo dessa modalidade é escalar a via sem usar pontos de apoio artificiais. Na escalada livre, a ascensão é feita com segurança por baixo e geralmente em duplas. Cada escalador se prende em uma das pontas e o guia dá segurança por cima ao segundo escalador. Trocando de posições sempre que necessário. Apesar do uso da corda, essa modalidade pode apresentar um baixo grau de segurança. Essa é a forma mais comum de escalada no Brasil e exige conhecimento técnico e de equipamentos de segurança.

Escalada Indoor
Considerada uma sub-modalidade de escalada esportiva, é a forma mais segura de se escalar. São paredes construídas em lugares cobertos, simulnaod as mais variadas formas de rochas em placas e agarras artificiais, inclusive contendo desníveis, inclinações negativas, tetos e obstáculos. A escalada indoor serve de treinamento para o escalador, uma vez que as vias podem ser montadas com diferentes níveis de dificuldade técnica, exigindo cada vez mais do atleta. No Brasil existem algumas academias especializadas em escalada indoor que muitas vezes funcionam como porta de entrada para o montanhismo.

Escalada Artificial:
Não confunda com escalada em parede artificial. É o método pelo qual se escala trechos em que a escalada livre seria impossível. O escalador apoia-se em pontos artificiais colocados cuidadosamente por ele mesmo na rocha. É muito usada em big wall e exige uma enorme quantidade de equipamentos, além de muita meticulosidade dos praticantes.






Escalada Alpina:
É uma escalada mais complexa e de grande extensão, em paredes de difícil acesso e clima severo e que expõe intensamente o escalador às condições ambientais. Nesta modalidade são necessários conhecimentos de logística, meteorologia, navegação, nutrição e primeiros socorros, alem de uma certa habilidade do guia de encontrar o melhor caminho até o cume e avaliar as condições do gelo, evitando avalanches e gretas. É uma atividade que requer o uso de grande quantidade de equipamentos e mantimentos, pois pode durar vários dias. Se a montanha apresentar grandes altitudes, acima de 5.000 metros, se dá o nome de alta montanha. Em grandes altitudes, a escalada é extremamente dificultada pelos efeitos da pressão atmosférica, que podem causar desde dores de cabeça fortíssimas e enjoos a edemas, que podem levar até a morte do escalador.

Big Wall:
Modalidade de escalada em vias longas (mais de um dia), cuja principal característica é o palnejamento logístico, pois a quantidade de equipamentos envolvidos é muito grande. Exige técnicas de escalada livre e artificial, ou seja, usam-se não apenas os recursos físicos, como também os equipamentos de escalada. É considerada uma das mais arriscadas modalidades da escalada, onde o escalador passa dias pendurado no paredão de pedra e tem sempre de ficar atento, pois qualquer deslize pode ser fatal.

Bouldering
O boudering é uma modalidade que requer um alto nível técnico do escalador. As escaladas são feitas sem o uso da corda e em lances extrememente difíceis, a poucos metros do chão. As quedas são frequentes e fazer parte da atividade, porm, é pouco provável que alguém se machuque seriamente. Aconselha-se remover as pedras soltas do chão e ter sempre alguém por perto para evitar que o escalador caia de mal jeito.




EQUIPAMENTOS PARA ESCALADA

Cordas: As cordas modernas feitas de fibra de materiais sintéticos como nylon, perlon ou poliamida, por serem mais leves e absorverem pouca água.

Cadeirinha ou Baudrier: A cadeirinha nada mais é do que um cinto com extensões às pernas que permitem que o escalador fique pendurado na corda, dividindo seu peso entre as pernas e a cintura. A vida útil de uma cadeira é de no Maximo cinco anos (cmo a maioria dos equipamentos de escalada.

Mosquetoes: os mosquetões são peças de conexão entre os equipamentos de escalada, feitas de duralumínio ou aço. Possuem diversos formatos para usos distintos e cada formato tem uma resistência diferente. Evite derrubar seu mosquetão de uma altura de mais de dois metros, pois podem ocorrer microfissuras que comprometem seu desempenho.

Apetrechos para Rapel e Segurança: são aparelhos denominados freios de descida, que reduzem a velocidade ou param por completo o escalador, aumentando a função e o contato com a corda. Existem basicamente quatro tipo.

1-     Oito: o mais usado no Brasil. Ele é muito simples e vesátil;
2-     Bolachas: placas que são colocadas em uma das aberturas e presas ao mosquetão de rosca. São travadas com facilidade e fazem com que a corda corra bem;
3-     ATC: é uma variação mais moderna da bolacha
4-     Grigri: mais sofisticado, tem ser funcionamento semelhante ao de um cinto de segurança de automóveis (trava automática)

Magnésio: tem a função de manter as Maos secas e aumentar a aderência com a rocha enquanto você escala. Algumas escolas de escalada são contra seu uso por ser uma substancia poluente.

Capacetes: os capacetes são equipamentos indispensáveis ao escalado que preza pela sua segurança. Ele pode lhe salvar da morte num tombo e evitar que se machuque com as pedras que caem La de cima, comumente 
derrubadas pelo guia.

Sapatilhas: existem diferentes tipos de sapatilhas, cada qual, com suma utilidade diferente. Umas são extremamente flexíveis para aumentar a aderência com a rocha, outras devem ser mais duras para que o escalador possa apoiar=-se em pequenas saliências. Existem ainda aquelas mais finas permitindo que o escalador sinta melhor as rochas, tateando-as com as solas dos pés.

15 DICAS DE ESCALADA


1-     Sempre tenha certeza de estar conectado ao sistema de segurança, com backup e redundância;
2-     Não confie cegamente em equipamentos fixos à rocha
3-     Revise nós e fivelas da cadeirinha
4-     Cuidado com pedras e blocos soltos
5-     Nunca chegue perto de uma beirada sem estar ancorado
6-     Não confie em fitas e cordins de abandono, pois eles podem estar lá já há muito tempo.
7-     Ate um nó na ponta da corda quando for rapelar e não confie em marcas de fita adesiva na corda;
8-     Quanto for dando segurança, ate um nó na ponta da corda;
9-     Faça uma inspeção no equipamento após o uso;
10-  Fique atento a meteorologia;
11-  Comunique planos, itinerários e previsões de retorno a alguém;
12-  Aventure-se sempre com mais alguém;
13-  Realize um bom curso antes de sair por aí escalando
14-  Conheça bem o seu parceiro de escalada;
15-  Use sempre equipamento homologados por alguma entidade do meio.