Antilope Canyon - Arizona - Estados Unidos |
Desde o início dos tempos as cavernas forma objeto de
grande fascínio por parte dos seres humanos. Se por um lado elas representam
abrigo e proteção, por outro são sinônimos de mistério, escuridão e silencio. É
também uma fonte riquíssima de elementos que nos permitem conhecer e entender
melhor o homem e seu processo de evolução, tais como pinturas rupestres, ossos
fossilizados, vestígios de fogueiras, alimentos e objetos usados por nossos
ancestrais.
Caverna em Algarve - Portugal |
A espeologia é a ciência que tem por objetivo a
procura, exploração, observação e interpretação das cavernas, levando em conta
desde seu processo de formação e seu ambiente até sua relação com o mundo
externo.
As cavernas proporcionam a seus visitantes, além de cenários
de extrema beleza, um contato profundo e intenso com a natureza que talvez não
seja encontrado em nenhuma outra atividade esportiva ou científica.
Caverna Tham Lod - Tailandia |
Ao explorá-las, você entra no mundo subterrâneo e
encontra pela frente um novo ambiente, dominado pelo silencio e pela escuridão;
um lugar onde o desconhecido impera e instiga o homem a ir cada vez, mas longe,
sem saber ao certo o que encontrará pela frente, envolto por aromas, cores e
medos até então nunca experimentados, tendo por recompensa, cenários frágeis e
fascinantes que deixam explicita a grandiosidade da natureza. Você entra por
uma pequena fenda na rocha, que logo se transforma em um largo corredor frio e
úmido repleto de estalactites pluriformes.
O corredor vai se estreitando ao mesmo tempo em que o
teto vai se abaixando até virar uma pequena janela que, uma vez transporta, dá
lugar a um imenso salão abençoado por um lago silencioso e profundamente azul,
iluminado pelos raios de sol que teimam em invadir as fendas do teto da
caverna, revelando um habitat repleto de vida e de inúmeros outros corredores
que te dão a sensação de se estar num imenso labirinto subterrâneo.
HISTORIA DA ESPEOLOGIA
Caverna Son Doong - Vietnã |
Alto Vale do Ribeira. Krone dedicou-se ainda aos
estudos paleontológicos, arqueológicos e etnográficos no sul de São Paulo. Mais
tarde, por volta da década de 50, vários profissionais chegaram ao Brasil e
começaram a difundir a espeologia. Em 1959, o engenheiro Michel Le Bret
incorporou-se ao Clube Alpino Paulista (CAP), criando seu departamento de
espeologia.
A partir daí, a espeologia brasileira começou a se
desenvolver com a ajuda de europeus como Pierre Martin, Guy Collet e Peter
Slavec, bem como dos brasileiros Jose Epitácio Guimarães, Pedro Comércio e Luis
Carlos de Alcântara Marinho entre outros, alcançando um alto nível técnico e
desenvolvendo inúmeras pesquisas.
Em 1964 foi realizado o primeiro congresso brasileiro
de espeologia e em 1969, foi criada a sociedade brasileira de espeologia (SBE),
estimulando a criação de diversos outros grupos. Hoje, há mais de 100 grupos
espeologicos espalhados pelo Brasil e mais de 2700 cavernas cadastradas, o que
se estima representar aproximadamente 5% do potencial espeológico brasileiro.